Em matéria publicada no site UOL, o pesquisador Henrique Carneiro, da Universidade de São Paulo, revelou sua preocupação com o que chamou de capítulo “preocupante” da História do Brasil por causa da ratificação da nova Política Nacional de Drogas pelo Senado, o que pode criar o que classifica como “indústria da internação”. Segundo ele, a PNAD “representa um interesse que não é o da Saúde Pública. A nova política de drogas tem, acima de tudo, um interesse de rentabilizar um setor privado”.
A preocupação de Carneiro é com as Comunidades Terapêuticas, organizações privadas que recebem verbas do governo para acolher pacientes com problemas relacionados às drogas. De acordo com o texto da matéria, uma inspeção do Conselho Federal de Psicologia realizada em 2017 entre 28 CTs indicou a existência de trabalhos forçados, castigos e internação irregular de adolescentes, entre outros problemas. “Elas não são vinculadas a qualquer perspectiva científica, sanitária, de atendimento médico-psicológico”, afirmou o pesquisador.
Na entrevista, Henrique Carneiro citou outros riscos que surgem com a nova lei, como o foco em abstinência como tratamento prioritário, em detrimento do método de redução de danos, e a possibilidade de internação sem o consentimento do paciente.