A construção da hidrelétrica Belo Monte, em Altamira (PA), deslocou centenas de moradores da região. Em 2016, as famílias expulsas de suas terras criaram o Conselho Ribeirinho como resistência coletiva ao ocorrido, angariando apoio de pessoas como a jornalista Eliane Brum e os psicanalistas Christian Dunker e Illana Katz, do Instituto de Psicologia da USP. Dunker e Katz criaram a Clínica do Cuidado, para escuta e tratamento à saúde mental da população ribeirinha afetada por Belo Monte. Na semana passada, a equipe médica do grupo lançou nota técnica contrária à renovação da Licença de Operação (LO) nº 1317/2015 de Belo Monte, que expirou em 24 de novembro e é condicionada a ações que constam de planos de “atendimento à população atingida” e de “saúde pública”.

Os psicólogos e psiquiatras afirmam na nota que houve um aumento significativo do uso de álcool e drogas como consequência da instalação de Belo Monte. Além de transtornos psiquiátricos, também foi constatado crescimento nas estatísticas de doenças como diabetes, cardiopatias e hipertensão. A psicóloga Luciana Guarreschi afirma que os ribeirinhos não puderam escolher, “tiveram casas queimadas. Alguns saíram e, quando voltaram, não tinham mais onde morar. A saúde mental depende das condições de vida […] Perderam as condições de vida em que sobreviviam próximos ao rio, e nem mesmo os laços familiares puderam ser preservados”. Clicando AQUI você tem acesso à reportagem na íntegra.

IMAGEM: Captura do documentário Eu+1: uma jornada de saúde mental na Amazônia. Clicando AQUI você pode assisti-lo na íntegra.