Matéria publicada no dia 25 de setembro no site de notícias do portal UOL, assinada por Cleber Souza e Luís Adomo revela dados impressionantes sobre o aumento no índice de suicídios entre policiais civis no Estado de São Paulo. De acordo com dados colhidos a partir de apuração com a ouvidoria da corporação, foram dezessete casos em 2017 e 2018. Como a Polícia Civil conta com cerca de 28 mil agentes, entre homens e mulheres, a taxa é alarmante, já que chega ao triplo do índice que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera aceitável.

Apesar de reconhecer que os números são preocupantes, a Polícia Civil do Estado de São Paulo não possui um programa de atendimento à saúde mental dos agentes. Em declaração aos repórteres, o ouvidor Benedito Mariano afirma que “o sucateamento [da Polícia Civil] dialoga com o estresse do policial porque tem que fazer o serviço de dois ou três”. Ele diz também que, por receber treinamento para ser “guerreiro e forte”, o policial tende a se isolar e não procurar ajuda.

A matéria revela ainda que, em 85% dos casos, o instrumento usado para o suicídio é a própria arma de fogo que o policial carrega em serviço. “Para ele não perder a arma, com que ele faz bico em hora extra, ele deixa de procurar ajuda psíquica, é um outro problema encontrado”, explica Benedito Mariano em outra parte da reportagem.

(Publicado em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/09/25/suicidio-e-principal-causa-de-morte-de-policiais-civis-em-sao-paulo.htm)