No dia 20 de novembro, fez 75 anos do início dos julgamentos de Nuremberg, Tribunal Militar Internacional estabelecido para julgar crimes cometidos pelos nazistas. Concomitantemente ao processo, dois analistas – o psiquiatra militar Douglas Kelley e o psicólogo militar Gustave Douglas – empreenderam uma investigação envolvendo horas de entrevistas, observações, testes e avaliações de cada um dos acusados, a fim de entender as origens do mal friamente arquitetado contra milhões de pessoas. Os documentos dessas pesquisas foram reunidos em 2016 por Joel Dimsdale, professor emérito de Psiquiatria da Universidade da Califórnia, em San Diego, que publicou em 2016 o livro, ainda sem tradução para o português, Anatomia do mal: o enigma dos criminosos de guerra nazistas.

Segundo o autor, o trabalho de ambos “os colocou em contato íntimo com personalidades tão perversas que alguns pensaram que havia algo profundamente danificado neles, que eles tinham algum tipo de disfunção cerebral ou doença mental”. Dimsdale analisou os resultados dos testes de quatro réus: Robert Ley, líder do Reich e chefe da Frente Trabalhista Alemã; Julius Streicher, fundador do diário antissemita Der Stürmer; Rudolf Hess, substituto do Führer; e Hermann Göring, a figura mais poderosa do Partido Nazista e chanceler da Alemanha após a morte de Hitler. “O psicólogo acreditava que os testes mostravam que os réus nazistas eram ‘outros’ – ou seja, seres qualitativamente diferentes dos demais humanos – enquanto o psiquiatra os via mais como carreiristas dispostos a fazer o que fosse necessário para avançar profissionalmente, mas sem nada particularmente monstruoso em seu comportamento”, explica a reportagem da BBC, que pode ser lida na íntegra AQUI. Vale destacar que recentemente foi lançado o livro Personagens do Terceiro Reich (Editora 106), escrito pelo historiador Rodrigo Trespach e que analisa as biografias pessoais daqueles implicados diretamente ou diretamente no nazismo.