No dia 20 de julho, o blog da editora Boitempo publicou novo artigo do filósofo esloveno Slavoj Zizek. A tese central do artigo afirma que a “volta ao normal” após a pandemia do novo coronavírus é a psicose suprema. Zizek arrisca no artigo a seguinte teoria psicanalítica da ideologia: “Exigir um retorno à normalidade hoje implica um fechamento psicótico ao real do vírus — seguimos agindo como se a infecção na realidade não ocorresse. Basta reparar nos discursos mais recentes de Donald Trump: embora ele tenha consciência do verdadeiro escopo da epidemia, ele fala e age como se não soubesse de suas implicações […] Em uma época de crise, o grande Outro (a ordem simbólica substancial que regula as nossas interações) está simultaneamente desintegrando, demonstrando sua ineficácia, e se fortalecendo (nos bombardeando com ordens precisas a respeito de como agir, o que fazer e o que não fazer). Isto é, o fechamento psicótico não é a única nem mesmo a mais predominante reação à epidemia. Há também a postura obsessiva.”

Ainda sobre Trump, Zizek percebe que seu comportamento revela uma grande repressão do inconsciente “precisamente quando ele pretende agir e falar de maneira sincera e aberta, dizendo o que lhe der na telha”. Isso porque “superar essa ética da obscenidade é trazer à tona suas inconsistências: aqueles que possuem seus próprios tabus, eles nunca são tão radicais quanto pensam ser”.

Para o autor, o pior surgirá quando o mundo retomar seu ritmo e não inventar um novo modo de vida, menos consumista e menos violento. “Trump é apenas um sintoma do que já estava errado em nossas sociedades, e ainda estamos para ver o novo surgir.”

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