O jornal El País publicou, nos dias 23 e 24 de junho, reportagens que abordam o que vem acontecendo com a população após mais de cem dias de confinamento em virtude da pandemia do novo coronavírus. Um dos entrevistados, depois de quase três meses em isolamento, decidiu encontrar dois amigos para um jantar. Para ele, a troca de afeto em tempos tão difíceis e após tanto tempo de respeito às medidas sanitárias é um gesto de autocuidado. Outra entrevistada, depois de muitos pedidos do filho, decidiu sair da quarentena para um passeio rápido de bicicleta numa praça perto de sua casa.

Especialistas ouvidos pelo periódico “acreditam que, ainda que os dados continuem alarmando, as pequenas escapadas se tornarão cada vez mais comuns. […] Acontece porque os mecanismos de alerta do corpo humano, principalmente os cerebrais (com atuação da amígdala e do hipocampo), que entram em ação ante um perigo, como a possibilidade de infecção por um vírus, entram em colapso depois de um tempo”.

A reportagem do dia 23 publicou dados do Ministério da Saúde atestando que 41,7% dos brasileiros adultos têm tido dificuldade para dormir ou têm dormido mais do que de costume; 32,6% se sentem deprimidos; e 16,9% relatam dificuldade para se concentrar. A “escapada”, assim, se torna uma forma de atenuar tais efeitos. Entre os fatores que vêm interferindo na saúde mental dos brasileiros estão a guerra de informação promovida pelo Governo Federal, o aumento do desemprego e a sobrecarga de trabalho doméstico, principalmente no que tange às mulheres.

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