No dia 27 de julho, a ginasta americana Simone Biles, de 24 anos, desistiu de competir na decisão individual geral em sua modalidade, após ter desistido também da final geral por equipes. “Depois da apresentação que fiz, simplesmente não queria continuar.” Após sua atitude, Biles trouxe às Olimpíadas de Tóquio o debate sobre a saúde mental dos atletas. “Tenho que me concentrar na minha saúde mental”, disse ela, que completou: “Não somos apenas atletas. Somos pessoas, afinal de contas, e às vezes é preciso dar um passo atrás.”

Como mostrou reportagem do jornal El País, a ginástica feminina passou por uma grande mudança. O modelo de Bela Karolyi, treinador que agredia e humilhava ginastas publicamente, foi abandonado. A atleta olímpica espanhola Marina González afirmou que Biles colocou em xeque os estereótipos da ginástica olímpica. “É possível ser alta, baixa, mais nova, mais velha […] Hoje [domingo] competiram Chusovitina, de 46 anos, e garotas de 16, algumas que nos deixam muito para trás”, disse ela.

Biles ainda foi uma das 260 ginastas que depuseram contra o médico Larry Nassar por abusos sexuais, comprometendo-se a continuar no esporte “para ajudar todas as ginastas a falar e ser ouvidas”. Sua generosidade ao falar por todas as mulheres negras também é outro fator que a faz ser admirada, sobretudo pela brasileira Rebeca Andrade. “É uma atleta incrível, que representa muitas de nós e que faz brilhar os olhos de muitas meninas negras no Brasil, as faz lutar, e o que ela representa para mim eu e minhas colegas, Lorraine e Daiane dos Santos, queremos ser para as outras”, disse Andrade. Para ler a matéria na íntegra, clique AQUI.