No dia 10 de junho, o jornal El País publicou a matéria “Tédio social ou por que não vamos mais com a cara de ninguém depois da pandemia”. Juan Antonio Roche Cárcel, presidente do Comitê de Sociologia das Emoções da Federação Espanhola de Sociologia (FES), publicou diversos estudos sobre como a pandemia afetou a sociedade e constatou que existe uma “tensão entre as forças individualizantes e comunitárias”, pois “existem aspectos de maior egoísmo individual e aspectos de maior sentido comunitário”. Se, no início da pandemia, a população elogiava e apoiava os profissionais da saúde, hoje assistimos a festas ilegais e ouvimos desculpas daqueles que desrespeitam as restrições.

O tédio social advém, sobretudo, do cansaço emocional causado pela mudança nas rotinas. Segundo estudo da Ipsos Digital para a Unilever, 61% dos espanhóis consideram que seu bem-estar mental diminuiu nos últimos tempos. A psicóloga Eli Soler constata, por sua vez, que “existe um estado de apatia social generalizada”, com algumas pessoas tendo já se acostumado ao pouco contato com as pessoas. Contudo, a chegada das vacinas vai nos obrigar “a reencontrar os amigos, voltar a fazer as atividades que antes nos motivavam […] cuidar das nossas emoções é cuidar da nossa saúde mental”, conclui Soler.