No dia 29 de março, o jornal Estado de Minas dedicou uma reportagem para discutir a incidência da síndrome de burnout sobre a classe médica. A expressão foi cunhada pela primeira vez em 1974 pelo psicólogo Herbert J. Freudenberger para designar uma síndrome desencadeada pelo excesso de trabalho físico, emocional e psicológico, causando esgotamento, tensão e estresse crônicos.

Nayara de Oliveira Neves, psicóloga assistencial no Instituto Orizonti, especialista em saúde mental e psicologia hospitalar, ressalta na matéria que a legislação brasileira já declara o burnout como doença ocupacional. “Todas as limitações impostas pela covid-19 aumentaram a vulnerabilidade desses profissionais ao processo de adoecimento”, diz Neves, ressaltando que baixo envolvimento com o trabalho é um dos sintomas da síndrome, e que “uma autoexigência elevada e constante pelo não atendimento das expectativas quanto ao resultado de seu trabalho pode ser muito prejudicial”.

Segundo o filósofo coreano Byung-Chul Han, em artigo recente no El País, a pandemia agravou a sensação de cansaço permanente que a sociedade ocidental já vinha experimentando, sendo a síndrome de burnout uma das patologias definidoras do nosso início de século. O assunto vem ganhando repercussão também no meio educacional. Em 22 de março, a revista Gama publicou matéria sobre o estresse de professores universitários durante a pandemia. A exposição constante a telas, a dúvida sobre o aprendizado efetivo dos alunos e o excesso de e-mails vêm sobrecarregando o corpo docente e gerando sintomas de ansiedade, depressão e burnout. “Um dos caminhos mais importantes para cuidarmos da saúde mental é buscar se conectar com aquilo que é familiar, que faz sentido e que tem realmente impacto positivo na vida, na experiência de cada um”, conclui Neves. Para ler a reportagem completa, clique AQUI.