(Paula Fontana Fonseca, Editora Benjamin, 2019, 152 páginas, 16x23cm)

O campo da psicanálise e educação se sustenta no entendimento de que o educar é uma profissão da ordem do impossível. Não há garantias dos resultados na medida em que a relação entre meios e fins não é previsível. É a partir desse pressuposto ético que os efeitos de uma política da psicanálise no campo educativo se fazem ouvir. Neste livro, a investigação acerca de uma política própria à psicanálise é realizada por meio de um debate com autores contemporâneos do campo freudo-lacaniano e pelo estudo dos discursos propostos por Lacan. A obra toma a educação infantil brasileira como caso a ser discutido e demonstra que, na contemporaneidade, esta vem sendo agenciada predominantemente sob a égide do discurso universitário ou do discurso do capitalista, e que a própria teoria psicanalítica também tem sido apropriada como mais um saber empregado para explicar os impasses escolares e educativos. A política do discurso analítico pode contribuir para que o sujeito se separe de uma posição alienada a um saber que lhe é extrínseco, questionando os saberes pedagógicos hegemônicos de modo a encontrar uma resposta singular que o autorize a lançar-se na prática educativa, mesmo que não existam, de antemão, garantias dos resultados a serem alcançados. O livro Inquietações políticas em psicanálise e educação: o caso da educação infantil relança o debate no campo, conforme as palavras de Christian Dunker no texto de apresentação, “como um tênue desequilíbrio entre saberes a serviço do sujeito”. O prefácio é de Rinaldo Voltolini.