Morreu no dia 8 de novembro, aos 99 anos, em Paris, o psicanalista egípcio Moustapha Safouan, responsável por verter para o árabe, em 1958, A interpretação dos sonhos, de Freud, e A fenomenologia do espírito, de Hegel. Autor de inúmeros livros, alguns deles já publicados em português, Saphouan nasceu a 17 de maio de 1921 em uma família de militantes comunistas. O pai, que ensinava retórica e combatia o analfabetismo, foi o primeiro secretário do primeiro sindicato egípcio, e foi preso por suas ideias.

Tendo estudado Filosofia em Paris, o psicanalista egípcio se interessava também pelas diferenças culturais e escreveu o livro Why are the Arabs not free? — The politics of writing [Por que os árabes não são livres? — A política da escrita, em tradução informal]. Como tributo à sua morte, Elisabeth Roudinesco publicou artigo no jornal Le Monde relembrando a trajetória de Saphouan. Clique AQUI e leia. Para compreender o contexto cultural egípcio no qual Saphouan teve contato com as ideias da psicanálise, leia AQUI artigo de Omnia El Shakry, professora de História na Universidade da Califórnia e autora de The Arabic Freud: psychoanalysis and Islam in Modern Egypt [O Freud árabe: psicanálise e Islã no Egito moderno, em tradução informal].