Uma pesquisa publicada na última quarta-feira (20) na revista Molecular Psychiatry aponta que não há necessariamente uma ligação tão direta entre a depressão e os baixos níveis de serotonina, tal como supõem os tratamentos tradicionais para a doença. A informação foi publicada na sessão de Saúde do portal de notícias G1 no dia 23 de julho, assinada por Júlia Putini. Com o estudo, a abordagem desses tratamentos passa a ser questionada em sua fundamentação empírica, já que ela estaria baseada no uso de inibidores de recaptação da serotonina. A investigação foi liderada por Joana Moncrieff, da divisão de Psiquiatria do University College of London, Reino Unido, e envolveu a revisão das dezessete principais linhas de pesquisa sobre o assunto, revelando que nem todos os pacientes diagnosticados com depressão possuíam baixos níveis desse neurotransmissor.

Dentro do meio acadêmico, a notícia não soa como novidade, já que nunca houve embasamento científico sólido para atestar que a diminuição desse neurotransmissor ocasionasse a doença. No entanto, não se trata de um questionamento simples da eficácia desses remédios, que não devem ser descontinuados sem a orientação de um profissional. Assim, o caminho sugerido por essa nova pesquisa indica que tratamentos não farmacológicos devem ser considerados tão relevantes quanto os remédios, e a abordagem médica deve ser tão diversa quanto as possíveis causas da doença. Saiba mais sobre a pesquisa e os comentários de especialistas AQUI.