De 1973 a 1990, o Chile foi governado pela ditadura de Augusto Pinochet. Na época, opositores eram mortos e torturados. Mesmo assim, a fotógrafa Paz Errázuriz, hoje com 76 anos, decidiu permanecer em seu país natal, realizando ensaios fotográficos que, por clicarem prostitutas, travestis e pacientes de um hospital psiquiátrico, ficaram mundialmente conhecidos pela ousadia e destemor. Agora, em 2020, o público brasileiro tem a oportunidade de travar contato com a obra dessa artista através da exposição Paz Errázuriz, em cartaz até 3 de janeiro de 2021 no Instituto Moreira Salles da avenida Paulista, e do livro O infarto da alma — publicado em 1994 e agora lançado no Brasil —, que reúne fotografias de casais de internos do hospital psiquiátrico de Putaendo e textos da escritora Diamela Eltit.

Em entrevista recentemente divulgada pela revista Zum, Errázuriz afirmou que “a reação [dos asilados ao ver a si mesmos retratados] foi de proximidade, de reconhecer a importância de ser parte daquelas imagens. Eles revelam um desejo de transcender e percebem que nas imagens seu amor está reconhecido. Além do mais, suas reações se vinculam a certos desejos de liberdade, de ver-se fora do enclausuramento. Também poderiam ser definidas como reações de valorização e de confiança em mim, em minhas fotografias, das quais eles se apoderam”.

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