No dia 2 de fevereiro, o site Outras Palavras publicou a entrevista que Rosângela Ribeiro Gil e Manuella Soares fizeram com a psicanalista argentina Nora Merlin, docente e pesquisadora da Universidade de Buenos Aires, mestra em Ciências Políticas e autora de Populismo y psicoanálisis, La colonización de la subjetividad: médios masivos de comunicación en la época del biomercado e Mentir y colonizar: obediencia inconsciente en la subjetividad neoliberal, entre outros livros, todos editados pela Letra Viva.

A autora se insere na esteira de discussão sobre os efeitos do neoliberalismo na subjetividade. Para ela, a política do neoliberalismo só pode se impor da forma observada atualmente, “colonizando a subjetividade, com a manipulação dos afetos, como a angústia, a culpa, o medo, o ódio”. As redes sociais e os meios de comunicação de massa propagam a ideologia da supremacia do eu, como se a liberdade do sujeito fosse ilimitada, quando, na verdade, o eu é um lugar de desconhecimento. “Não é um lugar de liberdade, mas há condicionamentos sociais, políticos, familiares, históricos que condicionam essa suposta liberdade do eu”. Nesse contexto, o neoliberalismo explora as paixões humanas e as manipula, especialmente a angústia, “porque significa desamparo, indefinição, e isso traz a obediência inconsciente. Trabalha-se com o medo, a ameaça, a culpa e o ódio”.

Merlin ressalta que Jacques Lacan define o capitalismo como um discurso ilimitado, e que o capitalismo neoliberal contemporâneo é um discurso fanático “que foi se metendo nas formas de vida, no corpo, nas relações sociais, amorosas, de amizade, laborais […] foi tomando o coração da subjetividade”.

Para ler a matéria na íntegra, clique AQUI.