No dia 4 de novembro, a revista virtual Pesquisa Fapesp divulgou resultados de um estudo feito em Embu das Artes, município de 270 mil habitantes na Grande São Paulo, sobre a saúde mental de meninos e meninas em idade pré-escolar, de 3 a 5 anos. O estudo — uma colaboração entre pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e das universidades de Columbia e Johns Hopkins, ambas norte-americanas — acompanhou 1.292 crianças de 4 a 5 anos de trinta escolas públicas do município, e mostrou que uma em quatro crianças pré-escolares apresentou sinais de ansiedade, oscilações de humor, timidez excessiva, choro fácil e dificuldade de relacionamento com outras crianças e adultos.

Segundo a psiquiatra Sheila Cavalcante Caetano, coordenadora do trabalho, essa defasagem e as alterações emocionais, se não identificadas pelos pais, educadores e profissionais da saúde, podem dificultar a aprendizagem da leitura e da escrita e da matemática nos anos seguintes. “Crianças agitadas deveriam ser estimuladas a praticar atividades físicas e brincadeiras, mas muitas escolas públicas que visitamos não tinham estrutura adequada, como áreas amplas e seguras ao ar livre.” A pesquisa identificou ainda diversos elementos que agravam o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças, a saber: a penúria socioeconômica, o baixo grau de instrução dos pais, o tabagismo da mãe durante a gravidez, a superlotação das salas de aula e a hiperexposição das crianças às telas de computador, celular e televisão. Para saber mais detalhes da pesquisa, clique AQUI.