Luis Izcovich, Aller Editora, 2019, 240 páginas, 14x21cm

A perversão, um dos conceitos mais importantes da psicanálise, ainda suscita muitas dúvidas e discussões. Mais ousado ainda é aventurar-se a abordar o tema a partir da leitura que Jacques Lacan fez da obra freudiana – e é exatamente a isso que se propõe Luis Izcovich em A perversão e a psicanálise (Aller, 240 páginas, 14x21cm). A partir das estruturas clínicas (que incluem também a neurose e a psicose), ele sustenta a perversão como uma entidade clínica muito bem definida que mostra uma relação particular com o desejo e a falta. É isso que permite ao analista – diferentemente do que acontece com a psiquiatria ou mesmo com o discurso social – olhar de forma clinicamente diferenciada a maneira como sujeito trata essa falta. “O perverso não cessa de, incansavelmente, restituir ao corpo do Outro o gozo perdido”, afirma o autor da obra.  “O que o perverso sabe é o que constitui a falta do Outro.”